Topo

A mais recente edição do Chá Cultural reuniu uma mesa com uma nova geração de nikkeis, onde eles compartilharam suas trajetórias de vida e apresentaram suas distintas inspirações de visão de mundo. O evento, realizado pela equipe cultural do ICBJ com o prezado apoio do Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro, já foi coberto em outras ocasiões.

Proferindo as palavras de abertura do evento, o Diretor Artístico do ICBJ David Leal saudou a presença e o empenho dos jovens em passagem pelos círculos culturais. Além disso, o diretor frisou a importância do acolhimento tanto de nikkeis quanto seus entusiastas, que, nas suas palavras, pedem passagem pelos espaços culturais, que tem o dever de recebê-los, a fim de se preservar. Logo em seguida, Akira abriu a mesa apresentando os comunicadores do dia, Hugo Katsuo e Nara Takimoto.

A Nova Geração Nikkei

Hugo Katsuo, cineasta formado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense, começou sua fala saudando a memória da professora Janete Oliveira, professora do departamento de Letras-Japonês da UERJ, que infelizmente faleceu precocemente no começo deste ano. Em honra à sua vida, trajetória acadêmica e auxílio inestimável durante a graduação, Katsuou fez as devidas homenagens à professora Janete.

Durante sua fala, Hugo Katsuo elencou sua produção cinematográfica nas seguintes produções: O Perigo Amarelo nos Dias Atuais (2018), Batchan (2020), Imagem (2020) e Nada Ficará (2020). Seu foco segue uma tendência bastante contemporânea e que acompanha boa parcela da nova geração de nikkeis yonsei: as discussões sobre raça e gênero, aplicando tendências intelectuais populares nos Estados Unidos (a chamada Teoria Racial Crítica ou Critical Race Theory, filha americana da teoria crítica) à história dos japoneses no Brasil, bem como de seus descendentes. Contudo, da filmografia comentada, destacamos o filme Batchan, uma história pessoal do diretor sobre sua avó e seu envolvimento com a religião espírita.

Seguindo a ordem da mesa, teve a palavra Nara Takimoto, profícua cantora e vocalista do grupo Oretachi com o irmão, o músico Hideo Takimoto. Nara dedicou sua fala a um apanhado autobiográfico, contando suas experiências como nikkei, suas dúvidas e hesitações sobre autodeclarações raciais durante sua vida e situações relativamente constrangedoras. Assim encerrou a mesa, apresentando uma geração nikkei mais ciosa de si como categoria identitária.

Apresentações Musicais

O charme maior desta edição do Chá Cultural veio na forma das apresentações musicais. De violão à mão, Hideo Takimoto acompanhou Nara Takimoto em três canções brasileiras: Maneiras, de Zeca Pagodinho, com Paralelas e Na Hora do Almoço, de Belchior. A apresentação exímia arrancou aplausos calorosos do público.

Em seguida, o evento contou com uma prazerosa apresentação de koto do professor Alessandro Aguiar, do futuro curso de koto do ICBJ a ser realizado em outubro. Bem como acompanhado de Pierre Jatobá no oboé, numa criativa adaptação do shakuhachi para o instrumento europeu, Alessandro Aguiar apresentou o koto com o bom humor e a simpatia tipicamente baiana, expressando seu amor pelo instrumento e pela música japonesa. Das melodias tocadas no dia, destacamos a Haru no Umi, “mar de primavera”. A dupla já se apresentou em outras ocasiões, como no XIX RioHarp Festival.

Encerrando o evento, o Consul Geral Takashi Manabe, que por razão de compromissos só pôde comparecer ao final do evento, comentou com entusiasmo a habilidade e o conhecimento do professor Aguiar com o koto. Além disso, agradeceu a presença de tantos visitantes no evento. O ICBJ se felicita com mais uma edição bem sucedida e bem comparecida do Chá Cultural do Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro.

Confira abaixo algumas fotos do evento!

Precisa de ajuda?