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Uma cultura milenar dessas e com tanta tradição, passa por muitos períodos e muitas mudanças. Ainda temos mais 13 períodos ou eras para mostrar.
A História do Japão – Parte 2
Era Asuka (538 – 710)
Uma cultura milenar dessas e com tanta tradição, passa por muitos períodos e muitas mudanças. Ainda temos mais 13 períodos ou eras para mostrar.
Considerada muitas vezes como um subperíodo dentro da Era Kofun, a Era Asuka se destaca como o momento da consolidação do Estado Yamato a partir da introdução das filosofias estrangeiras, difusão da escrita e formulação da burocracia imperial.
Em 538 (ou 552 para alguns), o Rei Seong Myong (r. 523-554), do reino coreano de Paekche, enviou uma grande escultura de Buda, na imagem de Shakayamuni, e diversos sutras ao Imperador Yamato Kinmei (509-571). Esse momento marcou a introdução oficial da escrita e a difusão com a chegada de monges e tutores que ajudaram a aristocracia da época a compreender a escrita chinesa.
Após diversos conflitos internos, a difusão do Budismo abriu portas para missões diplomáticas entre o Império Yamato e a Dinastia Sui (581-618), por meio das quais diversos intelectuais do império e estrangeiros aplicaram no arquipélago filosofias e técnicas,
Taishi, tem um novo grande momento com a promulgação da Grande Reforma Taika de 645 e seus códigos complementares administrativos-penais que estabeleceram o Sistema Risturyô, importante até hoje no pensamento do Direito Japonês e nas bases das suas leis.
Era Nara (710-794)
A Burocracia Imperial conseguiu a centralização dos domínios provinciais e suas terras sob a autoridade do Imperador, contudo, a produção de documentos escritos levou a precisarem estabelecer uma capital palaciana permanente que não mudasse de localização a cada governo como era antes. Assim, em 710 foi estabelecida a primeira capital permanente, Heijô-kyô, ao norte da Planície de Nara.
Essa era foi considerada modelo por diversos governos imperiais, como os Anos Dourados do poder imperial, sendo relembrado mesmo na Era Meiji como um ideal a ser seguido. Esse imaginário se dá devido ao florescimento cultural da aristocracia cortesã que viveu décadas de paz dentro do Império Yamato, manteve relações diplomáticas riquíssimas com a Dinastia Chinesa Tang (618-907) por meio de intercâmbios culturais e expandiu as artes e o acesso à escrita entre os nobres, promovendo a literatura Yamato.
A Literatura de Nara é bastante rica, se destacando algumas obras como o Kojiki e o Nihon Shoki, que são os primeiros livros nipônicos que buscam contar a história do Japão e promovem uma unificação ideológica de seu império. Também se destaca o Man’Yoshu, uma antologia antiga de poemas escritos com os ideogramas apenas por sua pronúncia (como fonogramas), que faz parte do desenvolvimento linguístico japonês que derivou na era seguinte a consolidação dos dois alfabetos silábicos principais.
O único grande conflito armado foi a guerra ao norte do Império Yamato contra a etnia Emishi, que durou de 773-811, terminando com a expansão imperialista até o norte da ilha de Honshu onde hoje é Aomori. Apesar da mobilização das tropas imperiais, o império em si e seus domínios não foram afetados, assim como as terras conquistadas passaram a ser novas províncias enriquecendo ainda mais Heijô-kyo.
Por fim, o Budismo japonês também teve seu auge com a influência da Burocracia Imperial na difusão da sua filosofia, além de a religião ter sido ampliada devido ao surto pandêmico de varíola, no ano 737, que dizimou boa parte da população na capital. A partir da construção de novos templos, foi erguido o Tôdaiji, o Grande Templo Budista do Leste, onde reside a maior escultura em bronze de Buda no Japão, o Daibutsu, e se reuniram os principais sectos do budismo, sendo também sede da administração política e clerical japonesa.
Era Heian (794-1185)
A Era Heian é conhecida como o berço dos elementos mais fundamentais da tradição e da cultura japonesa nativa que formou as bases da identidade nipônica até as eras atuais. Devido ao encerramento das relações políticas com as Dinastias Chinesas, mantendo apenas as negociações comerciais, o Japão se voltou para dentro e estabeleceu novos parâmetros sociais e filosóficos da sociedade.
O período inicial ainda é considerado parte da Era das Cortes, em que a aristocracia tinha um importante papel. Assim, a escrita em fonogramas iniciada na Era Nara resultou nos alfabetos silábicos do Katakana e Hiragana que facilitaram bastante a escrita, a nível de grandes obras da literatura japonesa terem sido elaboradas nessa época: o Makura no Sôshi de Sei Shônagon (Livro de Travesseiro) e o Genji Monogatari de Murasaki Shikibu (O Romance de Genji), ambos dos finais do século X e início do XI, elaborados por mulheres da aristocracia.
O período médio, entre a metade do século X e do XI, os domínios do império que se estenderam para o distante norte na guerra contra os Emishi passam a formar clãs guerreiros (Bushidan) em defesa das terras particulares (Shoen), os quais darão origem aos famosos samurais pouco tempo depois.
No período tardio, os clãs guerreiros descendentes de alta aristocracia comandam grande número de Bushidans e começam a disputar o poder político da Burocracia Imperial, resultando na significante Guerra Genpei (1180-1185). O conflito se dá entre samurais do clã Taira, em que membros casam com a Casa Imperial em busca de poder, contra o clã Minamoto, que almeja superarem os rivais com apoio de templos budistas rebelosos. Ao fim, os últimos são vitoriosos na épica batalha da Baía de Dan-no-Ura em 1185, e estabelecem um governo que reserva o poder político e administrativo aos guerreiros, ascendendo os samurais a partir do estabelecimento do primeiro Shogunato que dá nome a era seguinte.
A História do Japão – Parte 2 – Continuação
Fique ligado(a) aqui no blog do ICBJ, porque em breve você vai ter a continuação da História do Japão em sete partes.
Fonte: Dados retirados do “Resumo conciso da História do Japão ANBEHCJA ICBJ”
Autor: Douglas Magalhães Almeida (@gehja.estudos.japoneses)
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