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Ficou belíssima a cerimônia organizada pelos professores do Instituto Cultural Brasil-Japão para o encerramento das atividades do ano de 2019. O evento, realizado no sábado, 14 de dezembro, incluiu fala dos dirigentes, entrega de certificados e brindes aos alunos concluintes dos cursos de Língua e de Artes Japonesas. Presentes ao evento membros da Diretoria, alunos, professores, funcionários e convidados.

A professora Viviane Barbosa, apresentadora do programa, convidou o Sr. Keizo Akamatsu, 1º Vice-Presidente do ICBJ, para a abertura do evento. Este parabenizou a todos e falou das obras de reforma da sede social, ainda inconclusas, destinadas a dar mais conforto aos alunos e mais qualidade ao ensino.

Convidou, em seguida, o Diretor-Secretário do ICBJ, João Baptista de Oliveira, para falar sobre a Instituição. Preliminarmente, o Diretor-Secretário saudou o 1º Vice-Presidente, Dr. Keizo Akamatsu, apontando-o como o grande idealizador e realizador da reforma da sede social que, mesmo incompleta, já oferecia mais qualidade e conforto aos seus usuários.

Chamou a atenção de todos para a bandeira azul, branca e vermelha que tremulava no topo do prédio do Consulado-Geral da França, do outro lado da rua, para informar que as relações diplomáticas entre o Brasil e o Japão tinham sido iniciadas com o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, assinado pelos dois países, em Paris, na França, em 5 de novembro de 1895.

Prosseguindo, falou do início das imigrações, em 1908, partindo da cidade de Kobe, e das boas relações travadas, desde o início, entre brasileiros e japoneses. Citou duas instituições que, em 1936, cumpriam esse papel: o Instituto Brasileiro de Cultura Japonesa e o Sukiyaki Clube. Observou que o primeiro tinha, entre seus fundadores, Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda – Patrono e também fundador do Instituto Cultural Brasil-Japão.

Lamentou que essas relações de amizade viessem a ser abaladas com a eclosão da 2ª Guerra Mundial, que colocou os dois países em lados opostos, pois o Japão estava em guerra com os Estados Unidos, país do qual o Brasil era amigo. Com o rompimento das relações, os diplomatas japoneses tiveram de retornar ao Japão. O povo japonês não, permaneceu no Brasil sofrendo as agruras da guerra.

Informou que, com o fim dos conflitos, houvera a reabertura das embaixadas e o reinício das imigrações. Surgira, então, em 1955, o Centro Cultural Brasil-Japão, com sede na Av. Erasmo Braga, objetivando resgatar as inter-relações de amizade, o que só se concretizara com a posse de Yoshiro Ando, em 1956, na Embaixada do Japão, que, conhecedor do trabalho do grupo, passou a dar-lhes apoio, acolhendo-os no prédio da Embaixada do Japão, em Laranjeiras.

Informou que, em 1957, já com um novo estatuto, o Embaixador Yoshiro Ando convidara as autoridades brasileiras e o então embaixador Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda para a Sessão de Fundação do Instituto Cultural Brasil-Japão na sede da Embaixada do Japão. Convidado para presidir a Sessão, o Embaixador Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda foi aclamado, no final, como Presidente da nova instituição.

Esclareceu que, de início, as atividades do Instituto eram realizadas no prédio da Embaixada do Japão, pois o ICBJ não tinha sede. O Embaixador Yoshiro Ando, porém, conseguira do Governo Japonês a liberação de recursos arrestados durante a guerra e, com isso, pôde adquirir as salas em que atualmente funcionava o Instituto Cultural Brasil-Japão. Estas foram inauguradas, em 1958, com as presenças do Príncipe Mikasa e da Princesa Yuriko, que se encontravam no Rio de Janeiro para as comemorações do Cinquentenário da Imigração Japonesa.

Comunicou, ainda, que as primeiras atividades na sede tinham sido os cursos de Língua e Artes Japonesas, criados e aplicados pelas esposas dos embaixadores, Hideko Ando (do Japão) e Amnéris Pontes de Miranda (do Brasil) e pelo Diretor Cultural da época, Teitaro Takahashi. Por serem novidade, tais cursos eram muito procurados, inicialmente, por pessoas da elite e das famílias dos diplomatas.

Para encerrar sua contribuição, o Sr. Diretor-Secretário encareceu a importância do amanho da cultura numa instituição cultural. Disse que o Instituto Cultural Brasil-Japão praticava o interculturalismo (Brasil-Japão), mas que, num mundo pluralista, como o atual, carecia voltar-se a atenção para o multiculturalismo, voltar-se para a diversidade cultural e promover-se o diálogo entre as culturas, sobretudo num país como o Brasil, que abrigava imigrantes de diversas partes do mundo.

Advertindo que Cultura não se restringia a manifestações artísticas e intelectuais – mas que abrangia coisas mais simples, como comer, vestir-se, cumprimentar, destacou o Omotenashi, que pontoava o comportamento do povo japonês, destacando-lhe a habitual fidalguia. Disse que a Diretoria, professores e funcionários do ICBJ haviam recebido lições de omotenashi e que isso era repassado aos alunos, durante os cursos.

Passou-se, em seguida, à entrega dos certificados e brindes aos alunos concluintes dos cursos, sob aplausos, num ambientes bastante alegre e descontraído. O 1º Vice-Presidente, Dr. Keizo Akamatsu, e o Diretor-Secretário, João Baptista de Oliveira, foram convidados para participar da entrega dos brindes aos alunos.

Por fim, entraram em cena os deliciosos e variados comes e bebes, trazendo consigo maior descontração e confraternização entre todos os participantes do encerramento das atividades de 2019 do Instituto Cultural Brasil-Japão. Parabéns aos organizadores, coordenadores e colaboradores do evento. Parabéns, sobretudo, aos alunos concluintes dos cursos e aos seus professores. Foi uma tarde, deveras, muito linda e inesquecível! OMEDETOO GOZAIMASHITA!

 

João Baptista de Oliveira
Diretor-Secretário

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