No dia 07/07, ou mais precisamente, no sétimo dia do sétimo mês lunar (conforme reza a lenda), o Instituto Cultural Brasil-Japão realizou mais uma animada e concorrida Festa de Tanabata, em sua sede social, com atividades diversificadas, para fruição e gáudio de seu quadro social, diretores, professores, funcionários, alunos e convidados em geral.
Na parte da manhã, das 10 às 12 horas, ofereceu oficinas gratuitas de arte japonesa, com a colaboração de seus professores Leda Vaz Ferreira, origami; Harumi Kato, yukata; Chizu Katayama, shodo; e Toshie Murakoshi, culinária. A novidade atraiu e encantou os participantes!
A parte da tarde foi reservada para apresentação de palestra, encenação de peças teatrais e confraternização geral. Antes de dar prosseguimento à programação, a professora Viviane Barbosa dos Santos, que coordenava o evento, solicitou do Diretor-Secretário do ICBJ, João Baptista de Oliveira, dirigisse algumas palavras ao público.
Este deu as boas-vindas a todos e encareceu a importância de estarem reunidos na sede social do ICBJ, que completava seus 60 anos de inauguração. Informou, então, que, naquele local, no dia 14 de junho de 1958, havia acontecido a cerimônia de inauguração da sede do ICBJ, com a presença do Príncipe Mikasa e da Princesa Yuriko, que se encontravam em visita à Cidade do Rio de Janeiro para as comemorações dos 50 Anos da Imigração Japonesa no Brasil. Citou as presenças, na solenidade, do Embaixador do Japão, Yoshiro Ando, que propiciara a fundação do ICBJ, do Embaixador Brasileiro, Francisco Cavalcante Pontes de Miranda, fundador, 1º Presidente e Patrono do ICBJ, entre várias outras Autoridades.
Observou que os cursos de Língua e de Artes Japonesas haviam sido criados e iniciados pelas esposas dos embaixadores, Hideko Ando e Amnéris Pontes de Miranda, com o Diretor Cultural Teitaro Takahashi, tendo por alunos, inicialmente, membros do Corpo Diplomático e da elite brasileira. Destacou que o 1º Tanabata datava de 1960 e que, em anos posteriores, formaram-se longas filas nos elevadores para acesso à sede do ICBJ, com o objetivo de apreciar-se o famoso evento.
Parabenizou os professores do ICBJ pela dedicação e empenho na implementação do intercâmbio cultural e de amizade entre o Brasil e o Japão, razão de ser do ICBJ. Estendeu seus cumprimentos às professoras dos cursos de artes, que se haviam dedicado às oficinas na parte da manhã, e à professora de Língua Japonesa Nguyen Vuong, que havia ensaiado os alunos para a encenação da Lenda de Tanabata na parte da tarde. Louvou, em seguida, a atuação do Prof. Douglas Magalhães Almeida, que vinha desenvolvendo um excelente trabalho na área de História e Cultura, em apoio à Diretora Cultural do ICBJ Maria Bernardina de Oliveira Silva. Passou-lhe, então, a palavra para a apresentação de sua palestra “Matsuri: a tradição dos festivais japoneses”.
Socorrendo-se de projeções, o Prof. Douglas Magalhães Almeida dimensionou a pluralidade de sentidos do termo Matsuri; enfocou as festas juninas na tradição católica e sua expansão; cotejou as relações entre Budismo e Xintoísmo; comentou a tradição reimaginada do Matsuri; discorreu sobre a realização do Tanabata em diferentes instituições; abordou a memória da imigração concernente a Matsuri; explicou o sentido do tori; e reportou-se ao hanami (apreciação do florescimento), que não se restringia apenas à sakura.
Concluída a palestra, o Presidente do ICBJ, Sohaku Raimundo Cesar Bastos, deu as boas-vindas a todos; elogiou a programação do evento; agradeceu o empenho de diretores, professores, funcionários, associados, alunos e outros; e convidou-os a deleitarem-se com a sequência da programação. Assistiu-se, então, à engraçadíssima encenação da fábula japonesa “Monotoro, o Menino Pêssego”, por alunos do Curso de Língua Japonesa, de Tinguá, trazidos por seu professor Yuki Yamamoto, do ICBJ. Os aplausos que se seguiram coroaram o êxito da exibição dos alunos visitantes.
A professora Viviane Barbosa dos Santos, antes da entrada do elenco da peça “Lenda de Tanabata”, esclareceu sobre seu enredo e agradeceu às professoras Nguyen Vuong o ensaio dos alunos e Toshie Murakoshi a vestimenta dos personagens com quimonos. A belíssima encenação, tendo por protagonistas a Princesa Orihime (aluna Akemi Barbosa de Novaes) e Kengyu (aluno Peddro Paulo Ribeiro dos Santos), mereceu efusivos aplausos da atenta plateia.
Passou-se, então, ao coquetel de confraternização, bastante animado e descontraído, com a saudável interação de professores, alunos, diretores, associados e demais convidados. O Diretor-Secretário do ICBJ, João Baptista de Oliveira, serviu-se do ensejo para agradecer a todos, em especial à Coordenadora de Cursos do ICBJ Toyoko Yamashita e à equipe de professores, pelo saudável entrosamento com o alunado, e também à Diretora Satiko Sakatsume pelo irrepreensível coquetel. Anunciou a presença do Vice-Presidente do ICBJ, Keizo Akamatsu, e convidou a todos para o evento “Mês do Japão”, coordenado por ele, com o apoio do Consulado-Geral do Japão, em cartaz no Centro Cultural dos Correios até o dia 29 de julho. Registrou, por fim, a vinda à Cidade do Rio de Janeiro, no dia 18 de julho, de Sua Alteza Imperial, a Princesa Mako Akishino, neta do Imperador Akihito. Informou que sua visita integrava as comemorações dos “110 Anos da Imigração Japonesa no Brasil”, cuja programação incluía o plantio de mudas de ipê no Jardim Botânico, oriundas de muda plantada por seu avô Akihito, em 1967, quando ainda era príncipe.
João Baptista de Oliveira
Diretor Secretário