Bashô, Issa e Shiki: os três mestres do haiku

No próximo dia 9 de junho, das 15h às 18h, o Instituto Cultural Brasil-Japão (ICBJ) realiza o IV Sarau de Haiku & Haikai, com o tema “Bashô, Issa e Shiki: os três mestres do haiku”. “Selecionamos alguns ícones literários do Japão, fundamentais para o aprendizado da estrutura e história desse estilo de poesia japonesa, que se adaptou muito bem à literatura brasileira”, explica a diretora cultural Bernardina Oliveira.

No intuito de promover maior conhecimento, o Núcleo Haikai do ICBJ vai falar um pouco sobre as diferenças entre haikai e haiku e fazer roda de leitura de poemas de autores consagrados. 

Aberto e gratuito, o evento também abordará a história da imigração japonesa no Brasil, que este ano completa 110 anos. 

A programação prevê ainda um número musical.

A diretora Bernardina explica abaixo um pouco sobre os mestres que inspiraram o IV Sarau: 

Matsuo Bashô (1644 – 1694)

Foi o poeta mais famoso do período Edo. O primeiro e maior poeta japonês do estilo haikai/haiku. Codificou e estabeleceu esta forma poética caracterizada pela concisão e objetividade.  No Brasil, o esquema métrico do Haikai/Haiku sistematizou-se como: 17 sílabas métricas: 1 estrofe com 3 versos (5+7+5=17).

Kobayashi Issa (1763 – 1827)

Issa é considerado muito  acessível ao gosto ocidental, entre os grandes haikaistas japoneses. A crítica especializada  ressalta que seus versos são dotados de  “sentimentalidade excessiva” ou “excessiva subjetividade”, fugindo à objetividade preconizada pelo Haikai/Haiku. Segundo Paulo Franchetti, brasileiro, poeta e estudioso do haikai, “o sucesso de Issa entre leitores de todas as idades e nacionalidades parece dever-se principalmente ao efeito de humor franco e simples de boa parte de seus textos e à sua preferência por temas ligados à vida e comportamento de animais e insetos. Isto é: ao seu excelente domínio do registro humilde”.