No dia 17 de abril, foi dada continuação ao programa do Chá Cultural, um evento da diretoria artística e cultural do ICBJ e seu Núcleo Nipo Brasileiro de História e Cultura em parceria com o Consulado Geral do Japão no Rio, palco dos encontros realizados toda penúltima quarta-feira do mês. Para seu segundo encontro, o tema da vez foi a literatura japonesa!
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Na abertura do evento, tivemos a honra e o entusiasmo do Cônsul Geral Takashi Manabe, que num encontro dedicada às letras japonesas, não pôde deixar de mencionar e incentivar os presentes a estudar os trabalhos de Donald Keene, um dos senão talvez o mais relevante estudioso de literatura japonesa do último século. Fazendo eco aos trabalhos de haikai previamente expostos pela equipe cultural do ICBJ, o sr. Manabe também incentivou os presentes ao aprofundamento da poesia do Japão, passando não somente pelo haikai, mas por outros estilos poéticos como o tanka e o waka.
O 2º Chá Cultural começou com um apanhado histórico da literatura japonesa e a gênese de sua escrita no sétimo século, com a importação da escrita chinesa para fins burocráticos. Destacou-se a criação do Kojiki e o Nihonshoki como marcos literários fundadores e inspirados de obras literárias posteriores, com seus postulados das origens do Japão e de sua família imperial. De semelhante relevância, também foi destacada a compilação do Manyoshu, coletânea de poesias da Casa Imperial.
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Apesar do começo cronologizante, o evento obedeceu a uma ordem mais temática, indo e voltando no tempo. Na exposição seguinte, foi destacada a literatura japonesa em solo brasileiro, também chamada por uns de literatura nikkei. De caráter geralmente memorialista, frisando as memórias das lavouras e o cotidiano das colônias, a exposição trouxa à tona os trabalhos de Tomoo Handa sobre a história dos imigrantes japoneses. Apesar de sua natureza acadêmica, demonstrou-se como a prosa de Handa foge à infâmia estilística da prosa acadêmica, possuindo seu valor literário ao destacar de forma sensível os diversos êxodos e cotidianos dos japoneses do início do século 20 para diversas regiões do Brasil.
Dando continuação, o autor Yasunari Kawabata serviu ao próximo expositor para tratar da estética japonesa. O senso estético presente em obras como Mil Tsurus e O País das Neves é marcado pela diferença ao senso estético habitual do Ocidente e, por isso mesmo, nos interpela a uma suspensão, um convite a outras visões de mundo e outras sensibilidades. E, dando aceno ao próximo Chá Cultural de maio, a última exposição de literatura japonesa do dia versou sobre a poética e os diários de Matsuo Basho, precursor do haikai, tema do 3º Chá Cultural do ICBJ.
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Ao final do encontro, os presentes no Consulado, em número consideravelmente maior que no primeiro encontro, puderam compartilhar um pouco de suas impressões e experiências com a literatura japonesa, alargando a dinâmica da reunião e enriquecendo a ocasião para todos.
O terceiro encontro do Chá Cultural está previsto para o dia 22 de maio, uma quarta-feira, a partir das 15 horas!